terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A LENDA DA CASA GRANDE E DO CHANCELER



A Casa Grande (hoje Museu de Arqueologia, Etnografia e História) pertenceu a um Senhor Chanceler do Reino, que a utilizou muitos anos. Segundo diz o povo e reza a lenda, este Senhor era Maçónico. Diziam os mais antigos que os Maçónico eram contra a Religião Católica e sabiam quando iam morrer.
Diz a lenda que um maçónico quando está para morrer tem um sinal: a sua fotografia, pendurada num quadro no quarto ou numa sala, vira-se de patas para o ar sem que ninguém lhe toque. É este o sinal de que a morte se avizinha.
Ora o Senhor Chanceler talvez tivesse tido esse sinal e então fez-se morto. Como naquele tempo não era necessário médico para passar certidão de óbito, o morto, parecesse ou não, estivesse ou não, estaria morto! Os familiares vestiram-no, meterem-no no caixão, saíram da sala, fecharam-na e foram para a cozinha, contar histórias junto à lareira.
Ora uma sardinheira, que vinha da Touça, no Lugar de Sebarigos encontrou 3 Cavaleiros. O Chanceler no meio e um de cada lado. A sardinheira conheceu o Senhor e perguntou-lhe: “oh Senhor Chanceler, hoje não quer peixe”? Ao que ele respondeu: “Vai lá a casa, vai lá a casa”.
A Senhora foi à Casa Grande e bateu à porta. Vieram ver quem era e a peixeira disse: “fiquem com peixe que o Senhor Chanceler mandou-me cá a casa”. A família incomodada e admirada respondeu: “Como é que isso pode ser se o Senhor Chanceler está lá em cima morto no caixão”? “Não está nada, ainda há bocado o encontrei nos Sebarigos com outros 2 Cavaleiros”. Respondeu por sua vez a peixeira.
Subiram todos ao 1º andar, abriram o caixão e verificaram que o mesmo estava vazio. Para remediar o caso disseram à peixeira para não contar nada e meteram na urna um eixo de carro de bois. E lá fizeram o funeral, não se sabendo nunca onde é que o Chanceler foi morrer!



Sem comentários: