terça-feira, 25 de setembro de 2012

Lançamento do livro "Do Imaginário ao real no Freixo de Antanho"

O Museu da Casa Grande e os autores têm a honra e o prazer de convidá-lo(a) a assistir à apresentação pública do livro "Do imaginário ao real no Freixo de Antanho" - 2.ª edição de António Sá Coixão e Sandra Naldinho.

A apresentação do livro terá lugar as 16 horas do dia 29 de Setembro (sábado) nas instalações da Adega Cooperativa de Freixo de Numão.

Será servido um beberete no final da sessão de apresentação do livro.



terça-feira, 8 de maio de 2012

CORRESPONDÊNCIA ENTRE A CÃMARA DE FREIXO DE NUMÃO E O BARÃO FORRESTER

Interessante é debruçar-nos sobre uma carta que a antiga Câmara Municipal de Freixo de Numão terá escrito ao barão José James Forrester.

Precursor no desenvolvimento de estudos científicos sobre viticultura, cartografia e fotografia, o barrão Forrester foi um homem com uma visão grandiosa do Douro que marcou para sempre o setor do Vinho do Porto. O seu contributo para o desenvolvimento do Douro Vinhateiro ainda hoje se faz sentir, nomeadamente na cartografia (autor do primeiro mapa sobre a Região Demarcada do Douro) e no desenvolvimento da própria atividade vitivinícola. Autor de vários ensaios, destacam-se O Douro Português e País Adjacente (1848) e Prize Essay on Portugal and its Capabilities (1859), pelo qual recebeu uma medalha de ouro.

Tragicamente, terá falecido em 1861, numa das suas viagem de barco quando acompanhava a D. Antónia Adelaide Ferreira, mais conhecida como a "Ferreirinha", a Régua. O legendário sítio do Cachão da Valeira (S. João da Pesqueira) ficará marcado por este incidente que arrastou para o fundo das águas o barão. Nessa derradeira viagem, reza a história, que o corpo do José Forrester nunca terá sido encontrado por causa do cinto com dinheiro que levava consigo, e que a “Ferreirinha” não se terá afogado graça a saia de balão, que então vestia, fazendo-a flutuar até à margem do Rio Douro.

Figura apreciada em toda a região do Douro, José James Forrester recebeu em 1843 da municipalidade de Freixo de Numão a seguinte carta:

“Il.mo Senhor.
A Câmara Municipal do Concelho de Freixo de Numão, tendo, desde há muito tempo, observado os grandes trabalhos a que V. S.ª se tem dedicado nos seus exames dos rio Douro, e Paiz adjacente: e sabendo que esses trabalhos se achão quasi concluídos, e que V. S.ª generosamente anuindo aos desejos dos Arraes do Douro, das Câmaras Municipaes do Porto, Sabroza e Provezende, e da Associação Agrícola do Douro, se promptifica a publicar quanto antes, uma das suas importantes obras; muito se sensibilisa em notar pelos ofícios que V. S.ª dirigiu às sobreditas corporações, que parece estar duvidosa a publicação daquella parte dos seus trabalhos, que diz respeito principalmente ao rio Douro, e sua navegação.

Esta Câmara pois, tendo em vista, e desejando muito promover tudo quanto possa concorrer para a utilidade deste Paiz, e do Reino em geral; e reconhecendo quanto é importante toda e qualquer empreza que tenda a remover os obstáculos da Navegação deste caudaloso Rio; e certa pelas informações que sobre este objecto tem colhido, que a obra do Douro que V. S.ª tem feito, não se limita tão somente ao fim de mappas em geral, mas sim que serve de base para interessantes operações, e talvez offereça ao Governo um projecto para facilmente se removerem aqueles obstáculos, roga encarecidamente a V. S.ª não desista da sua nobre e utílissima empreza e quanto antes a leve a effeito.

Para conseguir tão desejado fim, esta Câmara se promptifica para o coadjuvar quanto possível lhe for.

Deus guarde a V. S.ª – Freixo de Numão, 24 de Março de 1843. Ill.mo Sr. José James Forrester.

O Presidente da Câmara – José Bernardo Moutinho da Fonseca.
O Vereador Fiscal – Luís Joaquim Pereira de Azevedo.
O Vereador – Francisco António de Mello.
O Vereador – José António Fernandes.
O Vereador – Francisco António da Fonseca Gomes.”1


Esta carta teria poucos dias depois a seguinte resposta:

“Illm.º Senhor

Tenho a honra de accusar a recepção da carta que V. S.ª houve por bem escrever-me em 24 do mez passado, e penhorado sobre a maneira das lisongeiras expressões com que a Illm.ª Câmara de Freixo de Numão falla dos meus trabalhos, e se oferecem para nelles me codjuvarem – rogo a V. S.ª o particular obséquio, de aceitar os meus mais sinceros agradecimentos por tão grande bondade e fineza, e se digne igualmente de, em meu nome, os transmittir à mesma Illm.ª Câmara.

Asseguro a V. S.ª que logo que as circumstancias permitão, farei com muito prazer e satisfação, todas as diligências que de mim possam depender, não só sobre a verificação da matéria em questão, mas sobre a doutra qualquer cousa tendente ao melhoramento e interesses do Paiz-do-Douro em geral, cuja conclusão possa precisar de auxilio do meu fraco e diminuto préstimo, que do coração affereço para tudo quanto possa tender à sua prosperidade. Sou com toda a consideração e respeito.

Illm.º Sr. Presidente da Câmara Municipal de Numão
De V. S.ª
Muito Attento Venerador e Obediente Servo
José James Forrester
Porto, 4 de Abril de 1843” 2


António Alberto Rodrigues Trabulo


Foto1- Retrato de José James Forrester

Foto 2- Pelourinho e Ex-Camâra Municipal de Freixo de Numão

Foto 3- Gravura do Cachão da Valeira

_________

[1 ] José James Forrester, Correspondências de Illustres Corporaçoens Acerca do Melhoramento da Navegação do Rio Douro desde a sua Foz até à Barca de Vilvestre em Hespanha; e sobre os Mappas do mesmo Rio, e do Paiz Vinhateiro do Alto-Douro por José James Forrester, Typographia Commercial Portuense, 1843, p. 12.
[2] Idem, p. 13.

segunda-feira, 19 de março de 2012

HOMENAGEM EM HORTA DO DOURO AOS EX-COMBATENTES DO ULTRAMAR

No dia 18 de Março decorreu em Horta do Douro uma homenagem aos “ex-combatentes daquela freguesia que prestaram serviço no Ultramar Português”, na denominada “Guerra Colonial”. Também nesse dia, em Vila Nova de Foz Côa, decorreu um almoço do Núcleo da Liga dos Combatentes naquela cidade, estando presente o Presidente da Liga Nacional.


Um monumento simples foi inaugurado, com a presença dos convidados da Liga Nacional de Combatentes e Núcleo de Foz Côa, Senhor Presidente da Câmara, Eng.º Gustavo Duarte e Senhora Vereadora Dr.ª Andreia Polido.

Depois, no Salão da Junta de Freguesia de Horta do Douro, decorreu a abertura da exposição “INCURSÕES NOS CORREDORES DO ESTADO NOVO”, tendo o Diretor do Museu da Casa Grande feito uma breve explicação dos placards e materiais expostos.

Para terminar este dia de Festa, no rés-do-chão do edifício da Junta, um lauto lanche aberto a todos os convidados e população.

Esta iniciativa teve já lugar em Cedovim e em 15 de Abril vai decorrer na freguesia de Custoias. A organização é do Museu da Casa Grande de Freixo de Numão, com grande empenho da Dr.ª Sandra Naldinho, Dr. Alberto Trabulo, Paulo Moutinho, Helena Costa e tem o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, essencialmente do seu Presidente e das Juntas de Freguesias.





quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A 1ª REPÚBLICA E UMA HISTÓRIA DO PADRE NABO

Retrato do Padre António Russo

“ […] Quando foi assassinado Sidónio Pais (14/12/1918), os músicos juntaram-se para festejar e foram tocar pelas ruas. Quando se encontravam na Praça, o Padre António Augusto Russo[1]  (padre Nabo de alcunho) atirou um tiro de pistola para o meio e acertou no bombo, furando-o. Vem de lá o Alfredo Ramos, com o seu contrabaixo, e arruma com ele na cabeça do padre deitando-lhe uma sobrancelha abaixo. O padre acusou o Alfredo e este, como castigo, foi para à tropa. Andou comigo (Delfim Fonseca) na tropa e levava-lhe eu oito anos! O Padre Russo contratou o Emílio Meda, residente em Sebadelhe, para matar o Alfredo. Este, quando ia dar de comer a uma burra, levou uma paulada do Emílio Meda ficando quase à morte. O Joaquim Barbeiro (que fazia as vezes de médico) tratou o Alfredo que lá se safou desta.

O Emílio Meda acabou por ser morto numa festa em Cedovim por uma malta da Touça”


In: “Banda Musical de Freixo de Numão (1865-1985) – 120 anos ao serviço da cultura” de António Sá Coixão e António Trabulo.


Bandeira do período sidonista - 1918 e moca do Padre "Nabo" (coleção do MCG)


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[1] O Padre António Augusto Russo (de alcunha o Padre Nabo) foi assassinado, tendo sido vítima das lutas da Traulitada. Foi Monárquico, conservador, “mau como a fome”, mas morreu pela sua causa. No seu registo de óbito, o padre faleceu às 22h do dia 9 de Abril de 1919, na freguesia de Freixo de Numão, não se mencionando a causa da morte. Neste registo apenas figura que se trata de um indivíduo do sexo masculino, de nome António Augusto Russo, de 60 anos de idade, de profissão padre, natural de Freixo de Nunão, domiciliado na mesma freguesia, filho legitimo de António Cândido Russo e de Maria dos Anjos Cavaco.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

FREIXO DE NUMÃO E A UNIVERSIDADE DE COIMBRA

“[…] “Com a transferência da Universidade para Coimbra em 1537 e a consequente remodelação de todos os serviços docentes, sobretudo pelos avultadíssimos salários dos professores estrangeiros que era necessário pagar, o problema da Fazenda universitária ganhou nova acuidade, pois as rendas que o Estudo possuirá, em Lisboa, eram agora manifestamente insuficientes. D. João III resolveu a dificuldade promovendo a anexação das rendas de mais igrejas do padroado real (por Bula de 14 de Março de 1537, as igrejas de S. Miguel de Antas, S. João de Moimenta, Santa Maria de Penela, S. Bartolomeu de Paredes, Santa Maria de Sendim e S. Pedro de Freixo de Numão)”.

Na sequência dessa Bula, o Cardeal-Infante D. Afonso envia em 20 de Janeiro de 1540[1], ao Reitor e demais corpo directivo da Universidade, uma carta autorizando a união das igrejas acima indicadas, das quais era “provido por autoridade apostólica”. Com este acto, procurava o Cardeal-Infante “que as rendas delas se convertessem em ajuda do pagamento dos salários dos lentes e oficiais da dita Universidade”. Conclui a carta pedindo ao Reitor que tomasse posse imediata das citadas igrejas.

Do que rendia a igreja de Freixo de Numão à Universidade de Coimbra temos alguns elementos:

1. Através da consulta do Livro de Receitas e Despesas feito, em 1544, por Manuel Leitão, ficamos a saber que nesse ano foram arrendadas, pelo período de dois anos, a António Luís e Jorge Roiz, moradores em Trancoso, as duas igrejas anexas à de S. Pedro de Freixo de Numão e a de S. Miguel das Antas, pelo preço de 140.000 réis ambas.

2. Na Relação das Rendas do ano de 1556, a igreja de Freixo rendia já 219.000 réis, sendo uma das igrejas da Beira que com maior rendimento contribuía para os cofres da Universidade.

3. Em 1570, o Livro da Fazenda e Rendas da Universidade de Coimbra fornece as seguintes informações: A igreja de S. Pedro de Freixo de Numão tem duas anexas, a saber: Sâo Pedro das Mós e São Lourenço de Sebadelhe. Esta renda vale cada ano trezentos e dez mil réis. E além deste preço há o rendeiro de depositar cada ano para se cumprirem as visitações quatro mil réis.

Para além destes valores, os documentos da Universidade publicados fornecem ainda outras notícias. Relativamente a Freixo de Numão, Pinto Ferreira assinalou aqui, ainda em pleno século XVI, a presença de um artista a quem a Universidade encomendou a pintura dos seus retábulos.

Em Janeiro de 1609, Freixo de Numão foi visitada pelo agente André de Vilar. Neste mesmo ano parece ter surgido um certo contencioso entre a Universidade e o cura de Freixo, tendo a Universidade deliberado que se escrevesse a um tal Manuel Pinheiro pedindo o embargo do acrescentamento de 2.000 réis do cura[2].

Para lá destes documentos depositados no Arquivo da universidade conimbricense, outros testemunhos existem e têm sido referenciados por alguns historiadores da nossa região. Em 1954, Pinto Ferreira identificou a inscrição existente na frontaria da igreja matriz, que atesta a pertença desta à Universidade. Posteriormente foram encontrados marcos delimitadores de propriedade com a mesma inscrição - nas Mós do Douro por Joaquim Augusto Castelinho, e nos limites de Freixo por Sá Coixão.

A história das relações existentes entre a Universidade e Freixo de Numão está aparentemente longe de ter sido feita. No entanto, trata-se de uma área que se adivinha bastante produtiva, já que através dela há grandes probabilidades de se virem a encontrar documentos capazes de nos elucidar, por exemplo, sobre as mutações sofridas pela igreja matriz desde Quinhentos até ao Terramoto de 1755[3].”

In: S. Pedro de Freixo – Raízes e Identidade

[1] LIVRO DA RECEPTA E DESPESA DAS RENDAS DA UNIVERSIDADE PER MANUEL LEITAM QUE COMEÇOU PER PASCOA DE 544 ANNOS SCRJUAM MANUEL TOMAS, publicado por Mário Brandão, Coimbra, 1938, pp. 47-48.
[2] M. Lopes de Almeida, ARTES E OFÍCIOS EM DOCUMENTOS DA UNIVERSIDADE, Coimbra, 1971, vol. II, pp. 98-101.
[3] As relações entre a Universidade e Freixo de Numão têm vindo a ser, sistematicamente, objecto de estudo por parte de João Soalheiro, a quem se deve já um número apreciável de trabalhos, sobretudo, no âmbito da história da arte sacra.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mais uma pequena história ... O ALTAR DA CASA GRANDE



Ouvi contar que uma vez os de Foz Côa queriam vir buscar o Altar da Casa Grande para levarem para a Vila… mas que as mulheres de Freixo juntando-se, tocaram os sinos a rebate, levaram o Altar da Casa Grande para a Igreja para estar a salvo!
Passo a publicar uma carta, carta essa que lhe foi dirigida por um tal David de Vila Nova de Foz Côa em 7 de Agosto de 1917.

Ex.mo Padrinho
(Dr. António Cândido Pires de Vasconcelos)

7-8-1917
Que o seu estado de saúde continue bem são os meus desejos.
A sua Prezada carta de 4 só ontem 6 aqui chegou.
Em todo o caso tinha-se previsto o caso, mas não foi meu sogro mas sim o Dr. Aragão que foi à audiência, pois o correio vem sempre atrasado e o decreto só ontem chegou aqui com a nomeação.
Foram pontos José Félix e Júlio Correia, em separado dou nota dos quesitos e suas respostas.
Está convocada para Quinta-feira uma sessão extraordinária, creio que lhe pediram autorização por certo.
Porque o nosso amigo Marques das Chãs aqui tem que comparecer nesse dia, não sigo hoje para Vilar Formoso a fim de adquirir cereais, pois quero avistar-me com ele antes de sair, o que devo fazer na própria Quinta-feira.
Tem sido e continua a ser uma estopada, este caso de abastecer o Concelho, na incerteza ainda de conseguir efectuar esse desejo.
Sexta-feira tive um sério risco à integridade física, em Freixo, onde fui apreender o Altar que furtaram da Casa Grande.
A Guarda Republicana que eu havia requisitado não compareceu, os sinos tangeram a rebate e foi um inferno.
Voltarei ali acompanhado de força que se imponha, para conseguir efectivar a diligência que agora se não realizou.
Aí falaremos mais largamente.

Com os meus cumprimentos, creia-me afilhado e grato. David.

Desta carta apreendemos, de facto, que houve uma transferência do Altar da Capela da Casa Grande para a Igreja… que o Administrador de Foz Côa tentou repor a legalidade com a apreensão do mesmo para depois recolocar na Casa Grande… o que viria a ser feito mais tarde!

Contador: António do Nascimento Sá Coixão

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A LENDA DA CASA GRANDE E DO CHANCELER



A Casa Grande (hoje Museu de Arqueologia, Etnografia e História) pertenceu a um Senhor Chanceler do Reino, que a utilizou muitos anos. Segundo diz o povo e reza a lenda, este Senhor era Maçónico. Diziam os mais antigos que os Maçónico eram contra a Religião Católica e sabiam quando iam morrer.
Diz a lenda que um maçónico quando está para morrer tem um sinal: a sua fotografia, pendurada num quadro no quarto ou numa sala, vira-se de patas para o ar sem que ninguém lhe toque. É este o sinal de que a morte se avizinha.
Ora o Senhor Chanceler talvez tivesse tido esse sinal e então fez-se morto. Como naquele tempo não era necessário médico para passar certidão de óbito, o morto, parecesse ou não, estivesse ou não, estaria morto! Os familiares vestiram-no, meterem-no no caixão, saíram da sala, fecharam-na e foram para a cozinha, contar histórias junto à lareira.
Ora uma sardinheira, que vinha da Touça, no Lugar de Sebarigos encontrou 3 Cavaleiros. O Chanceler no meio e um de cada lado. A sardinheira conheceu o Senhor e perguntou-lhe: “oh Senhor Chanceler, hoje não quer peixe”? Ao que ele respondeu: “Vai lá a casa, vai lá a casa”.
A Senhora foi à Casa Grande e bateu à porta. Vieram ver quem era e a peixeira disse: “fiquem com peixe que o Senhor Chanceler mandou-me cá a casa”. A família incomodada e admirada respondeu: “Como é que isso pode ser se o Senhor Chanceler está lá em cima morto no caixão”? “Não está nada, ainda há bocado o encontrei nos Sebarigos com outros 2 Cavaleiros”. Respondeu por sua vez a peixeira.
Subiram todos ao 1º andar, abriram o caixão e verificaram que o mesmo estava vazio. Para remediar o caso disseram à peixeira para não contar nada e meteram na urna um eixo de carro de bois. E lá fizeram o funeral, não se sabendo nunca onde é que o Chanceler foi morrer!



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

EXPOSIÇÃO "INCURSÕES NOS CORREDORES DO ESTADO NOVO"







Entre os dias 5 e 27 de Novembro de 2011, esteve patente no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa uma exposição subordinada ao tema “INCURSÕES NOS CORREDORES DO ESTADO NOVO”.
Esta exposição foi organizada pelo Museu da Casa Grande (Museu da Rede Nacional) sediado em Freixo de Numão. Teve o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e da empresa Municipal FOZCÔACTIVA.
A grande qualidade apresentada deve-se sobretudo à conservadora do Museu Dr.ª Sandra Naldinho e ao Vice-Presidente da Liga dos Amigos do Museu, Dr. António Alberto Trabulo.
Um trabalho de pesquisa que durou alguns meses e o recurso ao acervo documental do próprio Museu, na abordagem de um tema que muita boa gente continua a considerar “tabu”.
Não se pretende, com esta exposição, reabilitar regimes ou pessoas (não é este o papel dos Museus) mas tão somente lembrar que nem Portugal nem os Portugueses podem apagar dos anais da história o período de 1926 a 1974. Ele existiu, temos é que interpretá-lo e julgá-lo (cada um à sua maneira, numa atitude pluralista). Muitos de nós estamos ali presentes, ou como ex-emigrantes, ou ex-militares da Guerra Colonial, ou como trabalhadores exemplares e dinâmicos nas ex-colónias, como mineiros improvisados na “cata” do volfrâmio.
Outras exposições, com ou sem tabus, estão em preparação pela dinâmica equipa do Museu da Casa Grande.
Esta exposição, durante cerca de um ano, percorrerá as freguesias do concelho de Vila Nova de Foz Côa, contando-se aqui com a preciosa colaboração das respectivas Juntas de Freguesia.