segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MOSENSES HOMENAGEADOS NO CENTENÁRIO DA 1ª REPÚBLICA

Não foi esta a primeira vez que nas Mós ficaram publicamente perpetuados o respeito e a veneração por aqueles que no passado, pela sua generosidade, pelo seu sacrifício ou pelo seu talento e civismo, da “lei da morte se foram libertando” (como escreveu Camões).

Reportando-me, apenas, às figuras que se distinguiram durante o período histórico relativo à Primeira República, lembro que já ficou gravada na pedra a gratidão da comunidade mosense ao grande benemérito que foi António Augusto de Oliveira Mendes e o mesmo aconteceu com insigne pedagogo e autarca, Professor José António Saraiva. Mas estas consagrações foram concebidas e realizadas por entidades ou forças vivas locais.

Em 26 de Fevereiro último, as homenagens póstumas aos combatentes da 1ª Grande Guerra e a Lúcio do Nascimento Ferreira tiveram o patrocínio da Câmara Municipal e a preparação de dirigentes e de técnicos do Museu da “Casa Grande” (da A.C.D.R. de Freixo de Numão), e aconteceram na sequência das que tiveram lugar noutras freguesias do nosso concelho.

O evento começou por reunir na sede de Associação de Cultura e Recreio “As Mós” representantes das referidas instituições, membros da Junta de Freguesia e da Associação local, muitos mosenses e alguns amigos e convidados.

Por sugestão do nosso Presidente da Junta, Eng.º Carlos Coreia, o início das homenagens teve lugar nas proximidades de Fonte do Barreiro, num sítio onde fora erguida uma bem aparelhada estela, tendo numa das faces a seguinte inscrição: HOMENAGEM DO MUNICÍPIO DE VILA NOVA DE FOZ CÔA AOS COMBATENTES MOSENSES DA 1ª GRANDE GUERRA. Na face oposta, ficaram gravados os 17 nomes dos homenageados.

Quando ali chegámos o pequeno monumento encontrava-se coberto com a bandeira nacional. Descerrada a estela pela senhora Vereadora Andreia Polido de Almeida e pelo nosso Presidente da Junta, após uma breve introdução de ambos, usou da palavra o Mestre António Sá Coixão, começando por dizer que a elaboração do rol dos combatentes homenageados só era possível graças às informações colhidas na obra de Joaquim Castelinho, mormente no seu livro “Memórias de um Combatente”, passando depois a louvar o laborioso trabalho que este nosso comum amigo desenvolveu, em prol dum melhor conhecimento das Mós e das suas gentes.

Tomou depois o uso da palavra o autor destas linhas, que disse:

“No dia em que o tribunal da história das Mós nos dá o presente ensejo, não podíamos deixar de lembrar os mosenses que, há noventa e tal anos, foram obrigados a deixar o aconchego do seus lares e os afectos de noivas e familiares para irem combater em França, na 1ª Grande Guerra, sacrificando a saúde e alguns a própria vida nas trincheiras dos campos gelados da Flandres. É portanto mais do que justo que se erga um memorial perpetuando os respectivos nomes.

E quando o engrossado acompanhamento se dirigia para o Fundo do Povo, ao passar pelo “Largo da Escola Velha”, chamei a atenção da senhora Vereadora e do nosso Presidente da Junta, para lhes dizer, publicamente:

“As dívidas de gratidão para com os homens notáveis do período agora relembrado, não poderão ficar saldadas enquanto este recinto (designado “Largo da Escola Velha”) não passar a chamar-se: Largo Professor José António Saraiva.”

Minutos depois, a comitiva chegou junto do frontispício da casa onde fora colocada a placa de homenagem a Lúcio do Nascimento Ferreira, a qual também se encontrava coberta com a bandeira nacional.

Descerrada a placa, usou da palavra ou autor destas linhas (sobrinho neto do homenageado) que disse:

“No complexo habitacional que integrava esta casa, nasceu a 29 de Dezembro de 1882, um republicano desde a primeira hora, que devotadamente serviu a sociedade no exercício de três funções: foi responsável pelo registo civil de 4 freguesias (Mós, Santo Amaro, Murça e Seixas); foi, durante algum tempo, regedor nas Mós e após o falecimento do Professor José António Saraiva, passou ele a substituí-lo como Secretário da Junta de Freguesia.

E foi pelo seu desempenho neste cargo e como Oficial do Registo Civil que acabariam por ficar registados em acta louvores pelos bons serviços prestados em prol desta e das referidas comunidades vizinhas.

Mesmo depois de derrubada a 1ª República, a Junta de Freguesia, presidida por Francisco Mendes Júnior, atribui-lhe o encargo de orientar e fiscalizar os trabalhos relativos à reparação de ruas da freguesia, por ser considerada a pessoa mais indicada e competente para o desempenho dessa missão. Como prémio pelo seu zelo e competência, foi decidido atribui-lhe uma gratificação de 100 mil reis.

Em finais dos anos vinte, desgostoso com a consolidação da ditadura, e preocupado com a saúde de uma filha e com o futuro profissional dos restantes 4 filhos, deixou definitivamente as Mós, passando a residir no Porto, onde sempre manteve as portas abertas de sua casa para receber familiares e amigos.”

Finda esta singela homenagem, dirigimo-nos todos (e já éramos muitos) à sede da Associação, onde também chegaram os senhores Presidente e Vice-presidente da Câmara Municipal de Foz Côa.

A terminar o dia comemorativo usou da palavra o Mestre António Sá Coixão que pormenorizadamente explicou o significado dos documentos, imagens e objectos alusivos a estas e às restantes homenagens levados a cabo nas comemorações do Centenário da República no nosso concelho.

Em nome de todos o que organizaram este evento, agradeço aos que a nós se juntaram para pagarmos mais estas dívidas de gratidão.

Bem-hajam todos.

José Gomes Quadrado




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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Murça recebe exposição da "Iª República no concelho de Vila Nova de Foz Côa"

No dia 16 de Janeiro abriu-se oficialmente, no Salão da Junta de Freguesia de Murça do Douro, a exposição sobre a I República no Concelho de Foz Côa.

Estiveram presentes o Senhor Dr. João Paulo Donas Botto vice-presidente da Câmara Municipal de Foz Côa, o Director do Museu da Casa Grande e os Técnicos Dr.ª Sandra Naldinho e Paulo Moutinho, os membros da Junta de Freguesia daquela localidade, dezenas de pessoas essencialmente os familiares do homenageado neste dia, o Capitão José Moutinho.

Depois de aberta a inauguração, com uma visita guiada efectuada pelo Director do Museu, seguiu-se um Porto de Honra onde não faltaram os bolos.

Depois, a descida até à Avenida, onde na casa dos sucessores e herdeiros foi colocada uma placa comemorativa dos 100 anos da República e homenagem ao Capitão José Moutinho, participante na denominada Revolta do 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto.

O convívio seguiu depois para o Café do Eliseu, onde a sua simpática esposa, D. Fernanda Azevedo, ofereceu um café ou um chá aos visitantes.

Em Fevereiro a exposição segue para as Mós do Douro.

Dr. António Sá Coixão


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